quarta-feira, 21 de julho de 2010

E aí já se decidiu?

                Quando crianças nos perguntavam “o que quer ser quando crescer?” e nós ingenuamente respondíamos: - Bailarina. – Médico. – Professora. – Astronauta. – Cientista. Formo-me daqui a cinco meses, tenho uma maratona de vestibular, Peies e Enem pela frente, e agora esta inocente pergunta assume aspectos berrantes e ainda é acompanhada de outras tantas perguntas, “já sabe o que fazer ano que vem?” – “tu pretende trabalhar com o que fazendo isto?” – “por quê?”... Sem contar a cara de espanto deles quando dizemos as nossas futuras profissões como: - Astrofísica. – Neurologista. – Psicóloga criminal.
                Julho do terceiro ano do Ensino Médio, eu vos apresento a pior coisa que inventaram no mundo, a completa indecisão profissional. Normalmente as pessoas vão por eliminação nas escolhas, então me deixe ver. Sempre me ferrei em Artes, artes plásticas é o que eu não vou fazer. Educação física nunca foi o meu forte. Nunca dancei muito bem. Não sei tocar nenhum instrumento. Nunca me vi trabalhando em um escritório, ou sendo vendedora. Bem, acho que as coisas param por aí. Vou começar listando as minhas ‘habilidades’: sempre tive facilidade para aprender, principalmente línguas, normalmente gabarito as provas de interpretação de texto, tal como as de química, física e matemática, normalmente tiro a nota máxima em meus textos, e amei genética e gabaritei a sua respectiva prova.
                Se eu for pelo o que os outros dizem, também não saio muito do lugar. Alguns dizem que devo investir na minha carreira de física que terei um futuro brilhante, outros já para eu virar escritora. Minha colega diz que eu seria uma ótima psicóloga e filósofa. Eu tenho me interessado por medicina. Não pensem que nunca pensei no que exercer profissionalmente, bem, já quis ser jornalista, advogada, paleoclimatologista e, por último, astrofísica.
                Ultimamente, tenho pesquisado sobre os diversos tipos de temperamentos humanos. Bem, eu sou melancólica e fleumática, porém bem mais melancólica e fleumática. O que no caso não me ajuda muito, pois continuo empacada.
“(...) Geralmente, nenhum outro temperamento tem quociente de inteligência superior, criatividade ou imaginação como os indivíduos melancólicos, e ninguém é mais perfeccionista. A maioria dos grandes compositores, artistas, músicos, inventores, filósofos, teóricos, teólogos, cientistas e educadores dedicados são melancólicos. 
Nomeie um artista famoso, compositor ou líder de orquestra, e você terá identificado outro gênio e, com freqüência, um melancólico excêntrico. Considere Rembrandt, Van Gogh, Beethoven, Mozart, Wagner e uma hoste de outros. Quanto maior for o grau de gênio, maior será a predominância do temperamento melancólico. 
Qualquer profissão que requeira perfeição, auto-sacrifício e criatividade será uma boa opção aos melancólicos. Entretanto, tendem a impor limitações ao seu potencial subestimando-se e criando obstáculos exagerados. Qualquer vocação humanitária atrairá indivíduos melancólicos ao grupo de trabalho. Embora existam exceções, quase todos os médicos são predominantemente do tipo melancólico, ou melancólico secundário. O que é natural, pois um médico precisa ser perfeccionista, um especialista. Assim como todo verdadeiro músico e também engenheiros, cientistas e bombeiros. (...)”
Aposto que esse final de semana mais uma pessoa irá vir me perguntar se eu já sei o que fazer ano que vem, e a resposta será “grande”.

Um comentário:

Alessandra disse...

Decisões, odeio isso.
Melancolia pegando geral, realmente, sou dramática antes de ser qualquer outra coisa.