Vocês, que defendem a democracia, estão loucos.
Vocês, que defendem a liberdade de expressão, estão loucos.
Vocês, que agridem símbolos máximos da cultura global, estão loucos.
Vocês, que vão contra o fluxo de progresso e evolução direcionado pelos poderes públicos, estão loucos.
Querem acabar com a hierarquia há muito institucionalizada de que quem tem poder manda e quem não o tem, obedece. Querem se rebelar contra quem governa os seus atos e suas ideias, pensando que podem subverter esta situação e controlarem a si mesmos. Pensam que têm liberdade e consciência para se autogovernarem.
Vocês, revolucionários, estão loucos.
Pensam que possuem o direito de reivindicar o que quer que seja, que podem exigir condições de vida melhores, quando fazem parte de uma classe excluída, que não merece mais do que condições mínimas de sobrevida. Sentem que podem simplesmente se postar frente a um símbolo do poder e se manifestar contra a gestão deste próprio poder. Quem pensam que são?
Vocês, manifestantes, estão loucos.
Julgam-se artistas, pessoas cultas, representantes de alguma forma de cultura. Vão contra o avanço das máquinas e da indústria, porque querem mais qualidades básicas para se sentirem livres. Livres de quê? Que tenham sua liberdade em casa, trancados, para que ninguém os possa ver fazendo as vulgaridades e barbáries que desejam.
Vocês, libertários, estão loucos.
Certos estão aqueles que, com sua máxima força, defendem o poder dos poderosos, respeitam a governança e a honram. Certos são aqueles que, a ferro e fogo, fazem os revolucionários, manifestantes e libertários, todos estes loucos, voltarem-se para suas vidas inconformadas, sem razão alguma, com sua liberdade para dentro de suas cabecinhas desgovernadas. O lugar destes loucos, todos estes, é no hospício.
Loucos. Pensam que vivem em uma terra de fantasia, onde existe liberdade e respeito mútuo, onde todos possuem amor puro em seus corações. Onde a guerra, a batalha, não existe. Onde não existem diferentes pátrias, todos fazem parte de um só mundo, onde todas as pessoas vivem suas vidas em paz, sem posses particulares ou privadas, vivendo todos como um só.
Pois se é assim, eu também sou louco. “You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one”.
Este texto é de minha autoria, mas diferente dos que aqui critico, não sou contra qualquer tipo de manifestação ou intervenção artística ou cultural. Este texto é de minha autoria, mas também é da Tamires, do Igor, da Aline, do Pedro, da Roberta, do Érico, da Melissa, do Guiga e de tantos outros que, de uma forma ou outra, foram e são vitimados diariamente por uma força opressora que tenta, a todo custo, controlar a população de forma truculenta, irresponsável e, inclusive, inconstitucional e violadora dos direitos humanos universais.
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