sábado, 1 de junho de 2013

Considerações sobre o amor.

Se me perguntarem se já amei, posso dizer que sim. Já senti borboletas no estômago. Já me entreguei de corpo e alma a alguém e fui retribuída. Já mergulhei no mundo de outra pessoa e vivi a sua realidade. O amor é aquilo que te sacude por inteiro, vira o seu mundo de ponta cabeça e você ainda agradece por isto. O amor é a ferida que dói e não se sente. É aquela droga que te vicia e te faz querer mais todos os dias. Te faz lutar por uma pessoa durante anos e a cada novo dia faz querer reapaixonar a pessoa amada. O amor te faz voar e perder o chão para o pouso. Ele chega como um furacão e se esvai como uma brisa. Ele te faz chorar e rir. Ele te faz amar. 
Sim, amor. Ah, o amor. Quando aflora, te faz ver arco-íris por toda a parte. Te faz querer ligar para a pessoa 20 vezes por dia somente para saber se ela está bem. É aquela preocupação, necessidade e vontade da pessoa. Quando não é retribuído é a coisa mais devastadora do mundo. É como se um caminhão passasse por cima do meu coração e depois, a pessoa que mais odeias, viesse e sapateasse e, para finalizar o grande show, cospe nele e te devolve com o maior sorriso do mundo. E assim se passa o tempo, com esta rotina se repetindo dia após dia. Até que de repente surge uma esperança, um sinal, uma luz no final do túnel. Caminhamos até ela e quando chegamos, percebemos que era somente uma ilusão de ótica, uma distorção da realidade.
Mas ele é retribuído, sim ele pode ser. E quando isto ocorre é como se o muro de Berlim fosse derrubado pela segunda vez e os dois apaixonados vão ao encontro e se beijam sobre os destroços. É a felicidade palpável. A primeira respiração de um recém nascido. É algo que se torna vital. Algo que vai ao encontro de todas as tuas expectativas. Como se você estivesse esperando por isto por uma vida inteira. Como se tudo o que tivesse vivido fosse somente para este momento. E no final do grande beijo, soltam-se fogos de artifício sobre toda a cidade e finalmente um é do outro. 
Durante toda a utopia que o amor gera, suportamos tudo, lutamos, brigamos, mas principalmente amamos. Como se não houvesse amanhã. Tentamos todos os dias nos reapaixonarmos pela pessoa escolhida. Sair da rotina, viajar, dançar, dormir. O mundo vira absurdamente gordo, todos os programas resultam em comida. Como se sem comida, ninguém pudesse amar. 
Porém há um tempo que isto acaba. Que os programas tornam-se entediantes. Que qualquer outra pessoa torna-se mais interessante que o seu namorado (a). Eu me lembro de um amigo que me disse anos atrás que: 
"Quando a paixão acaba, que ocorre depois de uns 2 a 3 anos, só podem restar três coisas: amor, amizade e nada. No meu caso, restou nada, por isto terminamos."
Gravei o que ele me disse e me lembro até hoje. No meu caso, o restante foi a amizade. Todo o nosso namoro foi baseado na amizade desde o seu surgimento até o seu término. Hoje ainda somos amigos. Não conseguiria ficar sem ser nada para uma pessoa que já foi tudo para mim. Sim, eu amei ele. De toda a minha alma e o meu corpo, eu amei ele. E hoje ainda amo-o, como um amigo, pela pessoa que ele foi para mim e pela que é e provavelmente será. 

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